terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Atibaia e suas construções"

MegArquitetura conversa com Marcos Francisco Basilio, 49 anos, arquiteto e urbanista há aproximadamente 20 anos. Nasceu em São Paulo, onde morou até ingressar na Universidade Mogi das Cruzes. Depois de formado, já com a esposa, Mara, mudaram-se para Atibaia, onde começou a atuar como arquiteto, simultaneamente à política. Em Atibaia, foi vereador por dois mandatos.

MegArquitetura Por que você escolheu ser arquiteto e urbanista?

Marcos Francisco Basilio – Meu pai era mestre de obras em construções de edifícios e meu irmão mais velho estudou Engenharia Civil. Na verdade, eu tinha tendência a fazer Engenharia Agrônoma, mas muitos foram os obstáculos. Daí, pelas facilidades, uma vez que meu irmão se formou em Mogi das Cruzes, os laços de amizades com a direção da universidade propiciou alguns benefícios, pois meu pai tinha limitações financeiras. Para não fazer a mesma escolha de meu irmão e gostando da área de construções, optei por Arquitetura e Urbanismo, área em que atuo há aproximadamente 20 anos.

MA – Para você, como um arquiteto, no que consiste uma construção residencial ou comercial, um lugar ideal?

MFB – Tanto a construção residencial como a comercial, o partido para sua criação são o bem estar do usuário sob os aspectos de conforto térmico, acústico, circulação no ambiente (procurando não colocar obstáculos visuais como "paredes" e sim procurando definir a circulação e criação de ambientes como uma destinação do uso), iluminação, ventilação, proporcionalidade do ambiente quanto a escala humana, tendo como resultado final uma plasca harmônica e agradável ao seu espectador e a interação do exterior com o interior e vice versa.

MA – Quais são as tendências na área da construção?

MFB – As tendências hoje em dia, devido a todos os problemas ambientais que estamos enfrentando, é o uso de materiais ecologicamente sustentáveis, procurando assim, usar uma tecnologia que não agrida a natureza e nem o meio ambiente.

MA - Como é o estilo de construção em uma cidade do interior de São Paulo como Atibaia?

MFB - Atibaia é uma cidade localizada em uma região montanhosa e sendo uma cidade do campo adota um estilo colonial. A cidade é considerada turística por oferecer aos turistas muitas opções de lazer, um exemplo é a Pedra Grande, que oferece como lazer as trilhas e o voo livre, fazendo com que existam mais janelas voltadas para a montanha.

Seu clima é bem definido. Nos períodos de frio, proporcionam temperaturas bem baixas no inverno, levando uma tendência em suas construções do uso de lareiras que passa a ser um elemento plástico, ao mesmo tempo em que altas temperaturas de verão também incorporam nas suas construções a construção de piscinas.

MA - O que difere as construções da cidade grande em relação a Atibaia?

MFB - Atibaia é uma cidade de padrão social elevado, portanto, os condomínios e os projetos de loteamento prevê uma área de terreno grande que difere do uso urbano em São Paulo de uma maneira geral. Sendo assim, dispõem de áreas de terrenos amplas, caracterizando residências de campo.

MA - Como político e arquiteto, em relação aos menos afortunados, você acha que as construções destinadas a essas pessoas, atingem ao seu verdadeiro motivo?

MFB - Atibaia tem como classe social dominante o alto padrão, porém, a existência de uma classe social desprovida.

Antigamente, os projetos habitacionais não eram aplicados como já disse aqueles princípios de conforto, muito pelo contrário, as residências populares tinham um objetivo populista tendo como resultado único e exclusivamente a questão política, ou seja, o que importava aos governantes era o número de habitações sem qualidade para economizar gastos, porém de alcance promocional aos interesses pessoais, diferentemente de hoje em dia, onde a participação de seguimentos da sociedade (ONGs voltadas ao interesse público), passaram a exigir que os projetos sociais tivessem uma melhor qualidade onde o importante dos resultados é o de se habitar dignamente.

MA - Em relação aos problemas ambientais já citados acima, o que você acha sobre a eco-construção?

MFB - Quanto a sustentabilidade das cidades não deixa de ser uma discussão nova, que vem sendo discutida no mundo todo pelos governantes e ambientalistas que tem como resultado a formulação de uma legislação onde será previsto melhores maneiras de se aplicar materiais e se utilizar de recursos naturais.

Há exemplo de um item na formulação da legislação, a proibição do uso de madeira no sistema construtivo - andaimes, formas estruturais, estrutura de telhado, escoamento - que poderiam ser substituídos por metais (ferro e aço).

MA - Como você deve saber, o Brasil receberá a Copa do Mundo e as Olimpíadas, com estes eventos haverá alguma agitação no meio da construção?

MFB - Com a realização destes eventos que envolvem no país a exigência de grandes investimentos urbanos e estruturais para receber uma grande demanda de pessoas do mundo todo, obras e serviços deverão ser executados, exigência básica para a escolha de uma sede pelo comitê organizador de tais eventos. Assim, a demanda de todos os seguimentos sofrerão impactos de investimento, gerando crescimento, tendo como resultado o desenvolvimento.

MA - Recentemente, o mundo foi surpreendido por uma crise que afetou a todos de uma maneira direta ou indireta. Para o setor da construção, houve alguma mudança?

MFB - O setor da construção civil tem como reflexo uma política de aplicação de recursos do governo federal para o atendimento da demanda nos setores mais populares. Em outros casos, ainda que, no setor mais privilegiado, a demanda a ser atendida é resultado de uma política econômica estável onde a garantia de emprego e sustentabilidade sejam mantidas em longo prazo.

Portanto, qualquer oscilação no mercado econômico que afete esta regularidade, interfere diretamente no setor da construção.



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Crônica

Depois que a chuva destruiu tudo que eu tinha, minha família, minha casa, meus pertences, vim para as Serras, na casa de meu tio Jacinto. Eu morava em um barraco, no Rio de Janeiro, este possuía apenas um quarto onde dormia eu meus pais e minha irmã mais nova, não tinha cama, nem sofá e as vezes nem o que comer, mas todas as tardes eu via o por do sol da laje, me trazia paz e agora nem isso eu posso ter mais. A cidade é pequena, envolta por montanhas, muito verde e animais. Me instalei na casa de meu tio, passaram dias e nada diferente aconteceu, comia, dormia e ajudava minha tia com as tarefas domésticas. Um belo dia decidi dar uma volta pela mata com o Totó (cachorro da minha tia), foi então que conheci Joaninha, o vento batia em seus cabelos dourados, sua pele bronzeada do sol e seus lábios rosados, ela gostava de passear pela mata e passei e passear com o Totó todos os dias, nos tornamos muito amigos e um dia ela decidiu me levar em um lugar, era aproximadamente uma hora de caminhada.

Logo que chegamos, um rio “reluzia um pedaço de azul lavado e lustroso, e a grossa camada de nuvens já se ia enrolando sob a lenta varredela do vento”, nós nos olhamos profundamente, trazendo a paz que pensei jamais sentir novamente. Nós nos beijamos suavemente e percebi uma nova chance de ser feliz, naquele lugar mágico com Joaninha. Nos apaixonamos loucamente e íamos todos os dias aquele lugar, quando recebi uma proposta de trabalho no Rio de Janeiro, mas decidi ficar, pois aquele lugar e Joaninha eram minha felicidade e minha paz.



Feito por Gabriela Trotta

Principais obras de Lina Bo Bardi







SESC Pompéia



















Museu da Arte da Bahia











Palácio das Indústrias
















Casa de Vidro










Igreja Do Espirito Santo do Cerrado






















MASP